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Quarta, 12 Setembro 2018 13:23

Compartilhamento de torres: aproveitamento da mesma estrutura para diversas aplicações

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       O mercado de telecomunicações, especialmente telefonia, já vem usufruindo em larga escala do modelo de compartilhamento de torres. As chamadas Sharings (empresas de locação de espaços em torres, dentro de sites de telecomunicações) já são uma realidade inquestionável no Brasil e no mundo.

       Outros segmentos que também utilizam estruturas metálicas verticais para fixar equipamentos (como TV, rádio, monitoramento e pesquisas) estão começando a considerar mais os benefícios desse modelo compartilhado.

       Torres metálicas podem servir à diversas finalidades. São basicamente 5 modelos, cujas especificações você pode conferir aqui. As Torres Autoportantes apresentam 4 tipos possibilidades de bases: 4 pés (seção quadrada), 3 pés (seção triangular) e 1 pé. Nesta última categoria são estruturas verticais com base reduzida cuja fundação forma um único bloco de sustentação, podendo ter seção transversal redonda, triangular ou quadrada, comumente denominadas monoposte, torre modular ou torre de base reduzida, respectivamente. E as Torres Estaiadas aparecem como uma solução mais econômica para grandes alturas x capacidade de carga, no entanto, demandam de grandes áreas para serem instaladas.

      Independente do segmento de aplicação, esses são os modelos comerciais. O que definirá as especificidades em uma torre será fundamentalmente a altura, a carga e o local exato a ser instalada; a carga é formada pelo peso e pelo formato dos equipamentos e suportes que ela deverá sustentar. Assim, a estrutura metálica não está 100% atrelada à aplicação.

Carga e AEV

       A AEV, Área de Exposição ao Vento, é determinada pelas cargas que estarão na torre. Em seu cálculo, deverão ser incluídos todos os suportes e equipamentos necessários para cada finalidade de uso. Portanto, quando falamos em compartilhamento de torres para diversas aplicações, é importante pensar para onde o projeto deve caminhar.

       Além dos pesos, o cálculo para determinada Área de Exposição ao Vento também levará em conta a geometria de cada equipamento a ser fixado. Antena, anenômetros, câmeras de monitoramento ou painéis solares, por exemplo, apresentam as mais variadas formas. Por isso, é fundamental definir esses equipamentos antes de calcular.

       Em linhas gerais, a NBR 6123, de 1989, indica as seguintes diretrizes para esse cálculo:

  1. Calcular a área da figura geométrica do contorno e multiplicar pelo fator de arrasto para obter a área de exposição ao vento (AEV)
  2. Calcular Vk (velocidade característica do vento) = Vo(velocidade básica do vento) x S1(fator topográfico) x S2(fator de rugosidade) x S3(fator estatístico)
  3. E por fim, a força de arrasto atuante que a estrutura deverá suportar quando submetida a velocidade máxima do vento.

       Devido à imensidão territorial do nosso país, a velocidade básica do vento varia bastante, conforme demonstrado na isopleta da referida norma, sendo o menor valor na região norte/nordeste, e aumentando, gradativamente, em direção ao sul do país.

       Por esta razão, uma mesma estrutura dimensionada para o nordeste não terá a mesma capacidade se instalada na região sudeste, por exemplo. As estruturas são únicas e precisam ser analisadas especificamente para a exata locação da mesma.

Compartilhamento e reforço de torres

       A Anatel incentiva e dá as diretrizes para os compartilhamentos de torres para todos os segmentos. No entanto, nem sempre os projetos são dimensionados pensando em expansões.

       Nesse sentido, os reforços das estruturas metálicas para aumento da capacidade de carga são bastante comuns. Por exemplo, uma torre com capacidade inicial para 23 metros quadrados de AEV pode ser reforçada para que a capacidade seja ampliada para 30 metros quadrados.

       O aumento da capacidade de carga com reforços, muitas vezes é mais viável economicamente do que construir uma estrutura nova. Nesses casos, além da estrutura metálica em si, a fundação também deve ser analisada. Só assim a aplicação pode ser feita sem oferecer riscos à estabilidade da estrutura.

       A mecânica dos materiais, juntamente com a análise de estruturas, nos permite determinar as tensões, deformações e deslocamentos dos componentes. Além desses cálculos, é necessário o uso das normas para o dimensionamento. Elas são responsáveis pela definição de critérios e parâmetros que garantem segurança.

Suportes para equipamentos em torres metálicas

       Para dimensionar os reforços necessários, é fundamental considerar que os suportes variam de acordo com tamanho e peso de cada equipamento que será instalado.

       Em projetos de transmissão de dados, por exemplo, é fundamental que os suportes garantam estabilidade, para que não ocorra nenhum movimento de translação ou de rotação das antenas

     Na prática, os suportes para equipamentos podem ser instalados em qualquer momento após a montagem da torre, mas é necessário a verificação estrutural pelo engenheiro calculista responsável , para não exceder a capacidade de carga nominal.

       Há casos onde, não são levados em conta certos cuidados com relação ao posicionamento de suportes e dos próprios equipamentos. Portanto, é comum encontrarmos equipamentos instalados de forma inadequada, o que pode pode trazer problemas à estrutura.

       Essas são apenas algumas das questões importantes que devem ser consideradas quando falamos no compartilhamento de torres. Quer saber mais? Entre em contato com os nossos especialistas!

       Solicite uma consultoria!

Última modificação em Quarta, 12 Setembro 2018 15:08

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